quinta-feira, 1 de março de 2012

Semana do Poder Feminino – Veer Zaara


Algumas amigas e eu nos juntamos para fazer a Semana do Poder Feminino homenageando esse ser tão complexo sensível e ao mesmo tempo tão forte que é a mulher. 


Os blogs participantes são:



Descobrindo A Índia, da Simone
Mania de Bolly, da Isa
Deewaneando, da Carolyne

Essa semana é a que precede o Dia Internacional da Mulher e é especialmente importante para mim porque é também nessa semana que faço aniversário, então preparem-se para fortes emoções.

Para deixá-los a par do que vai acontecer, vamos passar essa semana retratando nos filmes indianos as mulheres mais poderosas, com atitudes dignas de admiração e destaque, já que sabemos das dificuldades que é ser forte e mostrar determinação diante de séculos de machismo, ainda mais em personagens do cinema, que é algo tão importante na Índia.

O filme que escolhi foi VEER ZAARA, fiquem atentos pois o post contém spoilers.




Esse filme é belíssimo e pensei primeiramente em pegar uma das personagens, mas achei que as duas mereciam  esse título de POWER GIRL. São elas: 

§  Preity Zinta como Zaara (mocinha do filme)
§  Rani Mukerji como Saamiya Siddiqui (advogada de Veer)

Para entenderem o porquê da minha admiração vou contando a história e pontuando o que quero. 
Lets go!



                             Zaara



O filme começa de maneira bem marcante, mostrando Zaara, uma jovem paquistanesa, bem moleca, feliz e independente que não tem planos para casamento, que acha que pode muito bem se virar sozinha e ela diz isso muito tranquilamente, mesmo sendo de uma família tradicional, cheia de apego aos costumes e tradições, bem machistas por sinal.

Sempre me divirto com esse clipe onde ela diz que é dessa maneira e que sempre será e que não vai mudar seu estilo, estejam as pessoas felizes ou não...adoroooooo!!!


Logo depois desse momento muito divertido vem uma noticia super triste que a faz desabar. Mas o que poderia deixá-la totalmente suscetível, a deixou mais forte. Ela perde a avó e faz a promessa de realizar seu último desejo, que é seguir os rituais hindus e que seus restos mortais fossem jogados no rio de sua cidade natal, na Índia.

Ela, então, sai de casa no Paquistão e começa uma viagem para Índia. Vocês devem estar pensando: Mas o que tem isso demais? Todo mundo viaja sozinho!

Ok, vou explicar: a Índia e o Paquistão, hoje em dia, vivem de forma cordial. Mas nem sempre foi assim, existem diferenças culturais e religiosas que causam uma briga velada e que refletem até hoje de uma forma ou de outra na sociedade. Outra coisa que tornaria essa viagem bem perigosa seria o fato de que há muitos casos de abuso sexual. 

Ok, o fato de viajar sozinha não faz da personagem exatamente uma "power girl", é inocência e até mesmo burrice, mas a admiro pela determinação e a coragem dela de traçar uma meta e cumpri-la,  custe o que custar.

Nessa viagem, o ônibus em que estava sofre um acidente. E aí entra o herói da história, que é simplesmente o tudo de bom do Veer (Shah Rukh Khan), que para melhorar é piloto da Força Aérea da Índia.
  

Pela primeira vez na história, esse momento ficará marcado, pois não vou dar destaque nenhum ao herói da trama, porque isso já acontece sempre. Ele vai ficar nesse parágrafo como o "hero", only it.

Voltando ao filme, eles brigam e se apaixonam, apesar de não perceberem, e ele a convida como amiga para passar um dia com ele e a leva para a casa dos pais dele. O pai de Veer diz conta com orgulho que foi ele que brigou para que a cidade tivesse eletricidade, hospital e que as todas as crianças estudam ate o 8º ano na escola que eles construíram lá, depois os rapazes são mandados para outra cidade para continuar os estudos, segundo ele as moças não precisam de mais estudo, pois precisam aprender a cuidar da casa e seus afazeres domésticos... hrhrhrhrhrrh... meu momento ódio. Meu momento alegria e o momento mais "Power Girl" acontece quando Zaara questiona e diz que isso não é justo... hehehe.

"_As moças de hoje tem alcançado a lua. Caminham ao mesmo nível que os homens. Talvez com estudo uma moça dessa aldeia poderia superar seu filho". (P.S. Um dos melhores diálogos do filme)

Começa, então, o Lohri (Festival que celebra no solstício de inverno a fartura, a agricultura). O pai de veer (Amitabh Bachchan) promete construir uma faculdade para que as moças possam estudar...e vem a cena que mostra bem a essência da Índia.



Todos estão felizes, o casalzinho já está totalmente envolvido, a família dele já a ama como filha... parece que nada pode impedir que o mocinho peça a mocinha em casamento...tsc tsc... isso é um filme indiano meus caros, tudo pode acontecer nesse exato momento...querem exemplos? Ok...uma doença incurável, a religião, um meteoro, um ET... qualquer coisa pode acontecer... acreditem. 

Brincadeiras à parte, o que separaria o casal seria os costumeiros problemas...ela, paquistanesa, ele, indiano...ela, prometida...ele, sabendo disso de surpresa...ela, uma mulher, não tendo como escolher...ele, capaz de tudo, até largando o emprego para ir atrás dela (P.S. Por ele ser um militar da Índia, ele não poderia entrar no Paquistão, por isso largou o emprego). Resultado: os pais dela não o aceitam, fazem com que ele prometa ir embora e, no meio do caminho, o noivo de Zaara, mulher que ele ama, o faz assinar um papel dizendo que ele é outro homem, um espião indiano e, para resguardar a felicidade da mocinha, ele prometeu nunca citar o nome dela... Passam-se 22 anos... resumo da história para entrar em cena a outra "Power Girl":


Saamiya


Saamiya é uma advogada, pegando seu primeiro caso e encontra Veer na prisão e fica intrigada com o fato de acharem que o caso dele é impossível de se resolver, como se a pena já fosse um fato consumado... 22 anos de prisão e ele se matinha em silêncio como um culpado. Ela se aproxima e o convence a brigar pela própria liberdade. A força dessa personagem me lembra uma amiga muito querida chamada Carolyne...o blog dela está participando dessa semana do poder feminino, visitem Deewaneando e conheçam essa pessoa maravilhosa.





Ele então a conta sua história. Saamyia briga com todas as forças pela liberdade dele. Tenta conversar com todos, mas como é um caso misterioso, que envolvia gente poderosa, estava fadada ao fracasso. 

A acusação seria feita por um advogado de renome, para quem Saamyia estagiou, e era do tipo capaz de qualquer sujeira para ganhar um caso e ele não mediria esforços para provar que ela não seria capaz de vencê-lo...que deveria se casar e virar dona de casa, que advocacia não era carreira para mulher. Esse era o discurso que  ela ouvia assim que entrava na cadeia para visitar Veer. Fiquei um pouco enojada nessas partes em que os policias se atreviam a dizer coisas machistas e sem pudor a ela. 

O caso parecia perdido, mas não para a super Saamiya (Rani Diva). Ela pesquisa cada detalhe da história de Veer e para surpresa de todos...ela encontra o grande amor da vida dele, Zaara, viva e cuidando das crianças da aldeia natal dele. Ela era a única que realmente poderia provar a inocência de Veer... e.... depois de 22 anos, o amor não mudou nadinha...só cresceu... por isso amo os filmes indianos.






Veer-Zaara é com certeza um filme emocionante. 

Espero que tenham curtido essa luz que coloquei acerca do poder feminino no cinema indiano. 

Beijos a todos !










6 comentários:

  1. Lindo filme Veer-Zaara! Foi um dos primeiros que eu vi.

    Realmente as duas deram um show! Zaara foi muito corajosa de largar tudo e ir viver na aldeia!!E Rani se demonstrou uma profissional muito forte!

    Parabéns pelo post Alice!!

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  2. Parabéns!!

    Eu tb adoro quando Zaara questiona Amitabh, a cena ficou tão natural. O legal é que a cena em si decifra parte da personalidade da Zaara que se confirma do final. Como disse a Pri: Zaara foi muito corajosa de largar tudo e ir viver na aldeia.

    Eu gostei muito da Saamiya, ela trouxe uma força feminina gigante para filme. A luta travada na história é por uma justiça ampla.

    Raquel.

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  3. Tenho um certo medo de falar desse filme. Faz 2 anos que o vi, só lembro dele em linhas gerais. Mas vamos lá!

    Você me trouxe um lado de força da Zaara que não notei quando vi o filme, até porque eu tinha 17 anos e só queria dançar com o SRK. Uma coisa muito linda do final do filme é eles retomarem o romance, mesmo bem mais velhos. Quebra muito o culto à juventude que tem no cinema como um todo, mas que fica mais forte no cinema indiano por aquela questão de mulheres de 50 anos fazendo papel de mães de homens de 40. Para bem além da idade estava a mulher que ele amava e admirava. Achei bem legal!

    Eu gostei muito da Saamiya, ela trouxe uma força feminina gigante para filme. [2] E nossa, estou lisonjeada...e assustada. Gente, vocês precisam me conhecer. Um bichinho do mato de tão quietinhaa e até conformada. hahahahahah

    Belo post, Alice!

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  4. Gente por que a Rani tem que ser tão Diva?? Sinceramente fico piradinha da cabeça quando vejo ela fazendo esse tipo de personagem. E tenho que admitir que a personalidade faz muito jus ao personagem dela... E tenho que concordar que esses ataques machistas me faziam tremer o corpo. Mas a beleza da mulher indiana está justamente nesse ponto. Ela passa por essas situações e mesmo assim se mantem forte e pronta pra lutar a cada batalha.

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  5. Amo esse filme com todas as minhas forças!E me lembro que quando vi o filme quem mais me chamou a atenção foi justamente a Rani!

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