domingo, 4 de março de 2012

Semana do Poder Feminino - Aaja Nachle


Escolhi Aaja Nachle para ser meu terceiro filme da Semana do Poder Feminino simplesmente porque ele mostra mesmo a força, a garra e a determinação de uma mulher num país em que a vontade de decidir sua própria vida é vista como descaso com os pais, falta de respeito, entre outros.


Aaja Nachle significa Come, lets dance! (Venha, vamos dançar!). A música é um chamado irresistível...S2...principalmente para mim. 

O filme mostra uma menina chamada Dia interpretada pela maravilhosa Madhuri, cheia de sonhos que ama dançar, numa cidade pequena, cheia de gente tacanha e retrógrada, e que tem seu guru o tempo todo chamando sua atenção. Tal guru era o mesmo que um pai para ela. Um belo dia, um estrangeiro (eles colocam o estrangeiro sempre como uma pessoas que vai lhes fazer mal, um vigarista ou aproveitador. Isto serve tanto para mulher quanto para homem. Estrangeiros vem para destruir as famílias indianas...aff) vem tirar algumas fotos das meninas dançando no teatro da cidade e... 
O amor acontece!



...aí segue o drama de sempre...fuga de um casamento arranjado...corações partidos...ela sai do país, vira dançarina profissional , tem uma filha, se separa do fotógrafo americano bonitão e volta à cidade ao saber que seu guru está morrendo, porém, chega tarde. Lá para ela, apenas um pedido que salve Ajanta que é o teatro onde ela aprendeu a dançar e único centro cultural do local que nesse momento está abandonado.



Chegando lá, ela descobre que por ter ido embora com um estrangeiro ela passou a ser vista como a pior espécie de ser humano na face da terra. Seus pais saíram da cidade por vergonha, sendo renegada até pela sua amiga de infância. Ela descobre que querem derrubar o teatro para a construção de um shopping no local...ela decide chamar as pessoas do local para fazer um show, com o intuito de acordar a comunidade, que a detesta, fazendo as perceber como aquele lugar é importante.



Vou fazer uma ressalva para dizer que esse filme é especial para mim porque no meu primeiro dia de aula de dança indiana, no meu primeiríssimo contato, ele estava passando no computador da academia, a Diva Madhuri, que eu nem conhecia, que nem tinha visto filmes ainda, mas que me encantou nesse clipe, antes mesmo de ver o filme. (Atenção vocês com coração fraco, ver Madhuri dançando pode acarretar ataque cardíaco..hehehe;...e a diva divando como diria Carol).



Todo mundo pegando folego de novo...muitas emoções, quando eu crescer quero ser igual a Madhuri.

Então você pensa que ela já se superou, que o filme nem tem para onde mostrar a força desta mulher que é separada, mãe solteira, dançarina, sozinha que tem a coragem de dar a cara para bater na frente da cidade toda para ensiná-los sobre a importância da cultura...isso tudo se torna ainda mais forte, se considerarmos que ocorre na Índia, onde as tradições mandam em tudo, sejam elas boas ou não.



A cidade toda deixa ela falando sozinha, mas ela não desiste, procura as pessoas para um musical, e as consegue com muita luta, e aí começa as partes mais engraçadas e um romance lindo começa acontecer e não é com a personagem principal e sim com Konkona (menina toda moleque, que não sabe se vestir, nem dançar, nada, mas que tem paixão pelo par romântico dela no musical que estão ensaiando), que me surpreendeu pelo talento e brilho nesse filme.




O par romântico é o ogro Kunal, que é tudo de lindo mas um grosseirão. Todas as músicas deste filme são lindas...nossa! Acompanhem os treinamentos para o musical e esse amor lindo vai tomando prumo....ahhh, love is in air!



Bom, como já disse o povo era tacanha, e aquele teatro lá atrapalharia alguns interesses de grandes empresários locais que queriam a construção do shopping, então ocorrem agressões, tentativas de quebrarem todas as coisas do teatro, traição, enfim...o show acontece pela persistência da nossa guerreira Madhuri e seus fiéis amigos, e foi uma das coisas mais lindas que já vi. Acompanhem: Laila e Majnu - uma da mais belas histórias de amor.


Eu me emociono até quando falo desse filme, lindo demais! Acho até que seduzir e roubar coração, transformar sapos em príncipes é mais uma faceta do poder feminino...hehehe.



Emoção de fim de filme, quando a heroína (filmes feitos para dar destaque à heroínas são raríssimos) mostra que tem uma palavra só, que tem o poder de modificar não só a mente fechada de pessoas de uma cidadezinha, como pode conquistar o que quiser. "Impossível" para uma mulher é uma coisa que ela não tentou ainda com afinco, pois se tentar, se torna possível.


Um grande beijos a todas as Madhuris da minha vida, as amigas da Comunidade Quero Cinema Indiano no Brasil, à minha mãe e à todas as mulheres do mundo que matam um leão por dia, por serem mulheres e persistirem!  








6 comentários:

  1. Olá, Alice. Parabéns pelo blog.

    Ainda não assisti esse filme e, pelo que você escreveu, está com toda cara de ser incrível. Melhor ainda: é a cara do Poder Feminino! Ameiiii!

    Beijos!

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  2. Alice,
    Coincidentemente escolhemos o mesmo filme!! O que me deixa feliz!
    O quanto eu admiro a personagem da Diva Madhuri nesse filme não está escrito em lugar nenhum. Só fico imaginando como é atuar em filme onde o centro do mesmo é uma Power Girl? Fico imaginando por que não é nada fácil mostrar uma mulher diferente da que a sociedade indiana prega. E cada vez vez mais percebo que nos filmes indiano a mulher recatada nem sempre é a mulher "certa" por mais que essa mulher queira manter uma imagem, o que existe por tras dessa imagem é alguem de coração negro. A Dia é a "coisa" ruim da cidade, a mancha negra, mas percebo que ela é o coração mais puro e vivido daquela cidade, e sendo assim é capaz de lutar por ela mesmo quando a própria cidade não quer lutar por si mesma xD

    Parabéns Alice!!!

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  3. Acredito que a dança foi o combustível para personagem seguir adiante com sua vida. Sua alma de artista a fez superar problemas, barreiras, impedimentos e a ajudou a alcançar realização própria.

    Acho que Madhuri diz tudo só dançando e nem precisa de texto (risos).

    Raquel.

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    1. Estava loucamente discutindo isto com a Isa uma vez, o ponto que mais me incomoda em Aaja Nachle. Odeio com todo o coração a cena em que a Dia pega no cabelo da Anokhi e fica dizendo algo como: "É assim que você quer conquistá-lo, hein? Com essa cabelo não sei o que, essas roupas surradas, esse não sei o que mais?". Odeio esses momentos Cinderela nos filmes, quando a moça fica mexendo no cabelo e muda fisicamente para agradar ao rapaz. Nada contra a vaidade, tenha quem quiser. Mas é que a Anoskhi, especificamente, já era tão alegre antes da tal transformação! Brincava com os meninos de igual para igual, ia na cara e na coragem fazer o teste para a peça.

      Fora isso, a diva estava realmente divando <3 Madhuri me dá vontade de chorar de tão linda e mágica.

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    2. Sem problema Carol hahhaha... Isso foi coisa do destino p/ eu falar da Konkona.

      Concordo com você que Anokhi já era feliz no seu jeito moleca e a tal transformação foi meio precipitada. O Kunal poderia gostar dela do jeitinho moleque e sem vaidade (versão feminina do Surinder)... seria tão lindo!!

      Raquel.

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  4. Opa, respondi no comentário da Raquel. Sóri ae! hahahah

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